SUBLIME AMOR MUDO

Não traces caminhos,
não acorrentes voos
nem represes sonhos;

não fales demais
nem desejes palavras,
que elas são grandes
pedras de tropeço,

por isso, aprende
a não discutir o silêncio,
nem a transgredir o hiato
- que nele repousa o grande
amor que fizemos adoecer -
com a demência do verbo.

Sobre o mar,
navega libertamente,
que ele a ti pertence
com toda sua grandiosidade;

sobre anjos,
abre os portões do céu
que eles te anseiam
em enlaces cândidos
que não pude ofertar-te.

Quanto a mim,
não te preocupes
que estou bem,

sobre árvores,
escolhei para me deitar
as mais escuras
para me descansar
às suas sombras;

e sobre vaga-lumes,
andarei com os mais aleijados
e sem brilhos.

Péricles Alves de Oliveira
Péricles Alves de Oliveira (Thor Menkent)
Enviado por Péricles Alves de Oliveira (Thor Menkent) em 06/01/2014
Reeditado em 08/01/2014
Código do texto: T4638527
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