Tortura A ti com imenso amor
Por que me olhas, se já não me queres?
Por que me falas, se me abandonastes?
– Tu me provocas e me desesperas.
Deixa-me em paz!... Vai com tua maldade.
Não me tortures com teu sorriso lindo,
não me enlouqueças com esse olhar traidor...
Já me deixastes, vai-te para longe
porque se ficas, morrerei de amor.
Não, não vai... não quero tua ausência...
Não me abandones nesta angústia infinda,
nesta amargura, nesta solidão.
Olha-me, fala-me, quero tua presença,
tortura-me, enlouquece-me muito mais ainda,
deixa que morra de amor meu coração.
Dediquei este soneto ao livro de poesias de uma amiga, com a seguinte quadra:
– Minha amiga, não pense neste verso.
Ele é tragédia que se apruma em mim,
ele é amor que nasceu em meu peito,
ele é TORTURA que nunca terá fim.
Horas amargas de tristeza e sem carinho
eu vivo, assim, sozinha sem ninguém,
é justamente nessas horas tão sombrias, que
lembro desesperadamente de alguém.