Eu voo no mais alto dos céus
Rasgo o véu da noite para vê-la nua
Eu desço nas profundezas do oceano
E mergulho em seus açoites
Colho a rosa perene dos ventos suburbanos
Faço mil planos,
Incito guerrilhas
Percorro milhas e milhas
Banho-me nas lavas magmáticas de um vulcão
Renego a extinção dos fatos
Vendo-me no mercado livre por um naco de ilusão
Pranteio um blues, bebo da taça de seus beijos
Sonho um jantar à luz de velas,
Mesmo sucumbindo à solidão e ao desejo
Guerreio por amor em meu leito vazio
Em lençóis de cetim
Nos flancos da emoção.
E dói-me o peito
Ferido pelas flechas do cupido
Esse travesso anjo bandido
Que me toma ao enlevo,
Sem piedade e sem razão...
Sitiando-me,
Faz-me preso, rendido, ao desejo remido
Eu entrego os pontos
Prisioneiro do amor e da paixão...
