Brinde

Se não vieres

ao fim da tarde

recolher a noite comigo,

venha depois,

perto do fim do ano,

perto da meia-noite,

eu quero brindar o ano novo

dar vivas,

viajar nos fogos de alegria,

tomar sua mão,

em alegria,

sorver do mais doce gole...

sem precisar que eu esmole

quero em teu riso, a folia

que com o meu siso, bole...

depois, se ninguém socorre

quero o porre de seus beijos

a noite inteira em delitos

que maculem meus sentidos...

grafados na minha derme

marcas do mais doce açoite.

roubemos horas a mais

desse acaso que por muito

limitou o céu, futuro...

queda desse antigo muro

permita essa nova aurora,

a luz que se necessita...

permanece e acredita

que é possível, que é presente

e inaugura a nova estrada...

decifra a fala velada

por entre afagos, rocio

orquestra o verso, o cicio

do meu ser, em descaminhos,

que se perde em seu carinhos,

se embriaga dos seus vinhos,

acha ninho em seus desvelos...

ANA MARIA GAZZANEO
Enviado por ANA MARIA GAZZANEO em 31/12/2013
Código do texto: T4631155
Classificação de conteúdo: seguro