Anjo

E me entras pela vida adentro

Como o vento de um furacão

Me tirando a cabeça do centro

Disparando-me o coração

E me quebras do viver a rotina

Jogando meus planos no chão

Me fazes sentir outra vez menina

Me fazes sentir outra vez vulcão

Espalho na mesa os meus cacos

Como cartas de um jogo-aberto

Te mostro segredos guardados

Na sorte de um jogo incerto

E aposto na tua verdade

A última ficha restante

A quem fez da saudade

Uma parceira constante

E acredito nas promessas

Feitas com amor no olhar

E aplico-as como compressas

Pra dor do meu peito aplacar

Vem, que te espero ansiosa

Embaixo da cinza sou brasa

Vem trazendo nas mãos uma rosa

E me guarda, anjo, sob tua asa.

Martha Lima
Enviado por Martha Lima em 25/04/2007
Reeditado em 25/04/2007
Código do texto: T463006