Um pito no amor
Se o amor não quer vir por que,
Não retém também a esperança;
Vácuo é falta, mas, ignota de quê,
Frustração é que pesa na balança...
Que o amor não verta de sua lavra,
Canções de vida quando está morto;
Evite assim a quentura das palavras,
Colidindo com a tibieza do corpo...
Se é apenas pra devanear quimeras,
Que o diga, como a mitologia grega;
não alardeie uma ameaça de feras,
Se o que existe é uma cobra cega...
Agora se tomar olhos e acessórios,
Que finge dar quando anseia receber;
Que mate esses ares de velórios,
Se jogue com tudo, e deixe arder...