Quando nada mais puder ser dito

Um pouco de colírio para enxergar melhor toda essa frieza!

o homem que caçoa dos fracos e repousa em braços de tiranos

um homem que se sente confiante em jogar um corpo no oceano, mas não se permite encarar os próprios olhos no espelho.

Quando o tempo tiver passado e as mágoas se eternizado

buscarão, sem saber onde, a explicação da escuridão interna

E quando esse dia chegar, e os sonhos todos tiverem sido enterrados

quem poderá segurar a mão de quem teme o próprio futuro?

Quem terá palavras de consolo quando a morte invadir seu lar e levar consigo a vida de quem você mais ama?

Quanto tempo ainda temos até percebermos que magoamos a todos e que não restou mais ninguém?

Seremos ainda jovens pela manhã e podemos acreditar.

quantos anos demorará até percebermos que não há mais volta?

Sinto esse pesar aqui no fundo, não sei evitar ao olhar pra você

Sinto este dever, mesmo inconstante

de querer fugir e levar comigo todo esse caos

pra onde foram os pássaros? Que sobrevoaram minha cabeça enquanto olhava o céu?

Para onde foi o meu sorriso depois daquela noite de domingo?

quando nada mais adiantar ser dito

e o silêncio me fizer companhia em mais um dia sem som.

Quero ao menos a chance de lembrar a falta que você me faz, quando os minutos pesarem e me fizerem desistir.

quero ao menos lembrar.

Marco Darski
Enviado por Marco Darski em 23/12/2013
Reeditado em 07/03/2014
Código do texto: T4623174
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