VOLTA MEU AMOR NATALINO
Você sumiu... O colo natalino me fez te lembrar
Simplesmente você desapareceu
Como fumaça no ar...
Pra termos a certeza de amar
É preciso circular
Estar junto como trenó e Noel...l
Se não, cria teia de aranha
Água estagnada nas entranhas
Se houve forma na presença
Na ausência há deforma
Volta dê sinal de vida uma flor brotando de lis
Um presente é tudo que se quis
Saia das profundezas de Eleusis
Manda um pássaro na rede liberta dos colibris
Trazer no bico uma folha verde
Um raio fulgido de esperança no halito fresco da boca que habitas
Ainda há água morna na minha boca de hortelã
Aquele beijo que alcançam as estrelas tecelãs
Em que flutuam os astros errantes nas manhãs
Volta meu amor como voltam ao porto os mastros
Ressuscita minha carne que em ti volita
Inclina-te para mim teu claustro
Dá-me o odor marchetado de tua Artemísia
Contido em teus lábios ornado de estrelas e safiras
Tu realizaste em meu espirito um sonho insondável
Tu és á sombra do meu corpo por onde ando ao léu
Que queima incenso de aloés e alecrins na minha caçoleta
Bebi o címbalo de teus mistérios na negritude asfáltica
Escondes-te por entre as nuvens do céu
Qual uma noiva lua vestida de pálida e branca dalmática
Que mexe com a imaginação do poeta que te ama
Volta e traz teu silencio gótico e insano
A fim de que eu possa te olhar além
Dos teus domínios humanos
Volta que nunca é tarde ao escurecer no cimo do Olimpo
Ante o encantamento prolongado dos teus olhos em que distingo
Dos seres que nunca pôde um do outro se esquecer...