De odores os cães fazem a vida
E de remorso uivam na despedida
lá se vai o dia.
É noite qualquer, nas terras dos tamoios
Quase silencio, quase sono.
livros, revistas, papel, canetas e lembranças.
Porque não durmo? Se no entorno tudo é convite!
No tomo de meus pensamentos, temores e langores
vicejam feito traças em movel velho.
Ouço os cães, que uivam, ouço o murmurinho da água no rio,
Ouço meu coração! Vivo minha respiração!
Porque não durmo? Se é lírica a convocação:
Durma, é hora! afirma o pirilampo sem rumo,
Enterneça e esqueça! Canta o galo vermelho,
Descanse aos sábados! conclama!
Não! Não é dia! Ainda não dormistes!
Canta outra vez, e outra vez...
Por fim o silencio sepulcral que me comove.
Tudo esta quieto, tudo esta no lugar certo.
Por preocupação e modo eu me ergo do leito,
Tomo o papel e a caneta. Tenho o tema, tenho o poema.
Falta-me um poeta que esteja plenamente desperto;
Que tenha poesia,
E que da poesia nada queira, senão a insônia e a angustia.
Eu não tenho poesias, quando as tive, as doei.
Eu tão somente tenho caneta, papel e um cheiro de café que guardo na memoria.
Vem lá da cozinha, onde já amanheceu.
Outra é a poesia que se avizinha terna e saborosa em ricos sabores,
Vem com as abelhas, com a sábia e com as maritacas em festas.
vem com a tertulia das flores, incediando o ar em perfumes
Vem com a alegria de um bom dia dado sem reservas e sem temores
Vem simples e claro feito o sol que cega o insone