Esses Versos

Em todo leito tranquilo

Em todo abraço discreto e amável

Em toda mão estendida

Em toda boca entreaberta

Em todo olhar de delicadeza

Em toda gentileza humana

Em todo sol, em toda lua e em todo eclipse

Em sim disfarçado de não

Em toda esperança despojada

Em toda tez meio sem jeito

Em todo ar de descuido e dolência

Em toda dor e em toda violência

Há um pouco de nós, dos nossos costumes

Reconheça meu bem, reconheça

Há em tudo por tudo uma gota da gente

Misturada no vão das coisas não ditas

Amaldiçoada pelo tempo que não volta

Somos tudo e somos todos

Na cadência de um relógio cuco

No vai e vem de passos firmes

Somos o leito do carinho já morto

Não mais sentimento em meu olhar

Porque tudo morreu naquele instante

Levando a cruz de te amar, morri só

Morri devastado de ciúme

Não me pense melancólico, nem triste

Estou apenas saudoso, sem costume

Com saudade da mão que me afagava

Com saudade do cheiro, do perfume

Minha rosa, minha flor...minha menina

Desabrocha em meus braços, te suplico

Deixa o mundo correr, viver sua sina

Mas se deixa ficar, se deixe ficar aqui

No envoltório dos meus membros fortes

Protegida do nada, abraçada pela sorte

Deixa estar no meu corpo...deixa estar no meu mundo

Suspire em quanto és forte...

Carol S Antunes
Enviado por Carol S Antunes em 20/12/2013
Código do texto: T4618761
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