TARDE

Deitados

na grama verde e macia,

olhamos para os lados do poente

onde a tarde se desfaz

em tons de ouro e sangue.

Não há nuvens. Nenhuma nos espia.

Meus olhos se perdem

nos teus olhos

e minha boca encontra a tua,

num apego de frase inacabada

enquanto as línguas se tocam

buscando o sabor do desejo.

E logo nossas mãos

despetalam nossas roupas

trilhando sobre a pele

veredas de gozo

e de inconsciência.

Incastamente nus,

bucolicamente nos amamos

sob a cúmplice quietude do arvoredo

e dos pássaros sem voz.

Até que nos percamos pelo céu,

com o céu dentro de nós...

Waldy Würdig
Enviado por Waldy Würdig em 18/12/2013
Código do texto: T4616807
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