Hollywood
Febre de sábado à noite desorientado
na bússola perco-me na minha Indonésia,
Eu fiz de tudo para ser bom namorado
mas acho que a minha namorada tem amnésia,
Neste bar não vou em busca da felicidade
mas bebo para tentar ficar como ela,
E o meu sexto sentido diz-me a verdade
quando me guia os olhos para a passarela,
Beleza americana elegante na passada
enquanto me deixa em pensamentos ateus,
Porque para esse Diabo vestir Prada
ele não pode ter vindo da cidade de Deus,
Eu já vi que ela é a dama de vermelho
e eu só quero ser o seu Rei Artur,
Faço de conselheiro dou-lhe um conselho
para fazer com que a sua presença dure,
Na sua aproximação prende-me a respiração
deixa-me em Marte num desafio total,
Cabelo em ondulação sentada no cadeirão
ela cruza as pernas e é atracção fatal,
A minha cabeça que não mais endireita
desespera que o dedo desse E.T me toque,
Silhueta estreita eu tenho-a sob suspeita
e decido investiga-la como Sherlock,
Sou eu que tenho de fazer uma confissão
antes que saias pela porta dos fundos,
Foste mais rápida a roubar-me a visão
do que o Nicholas Cage no 60 segundos,
Muda, porque apresentações tu dispensas
apesar de eu querer muito a tua reacção,
Como Jigsaw não quero saber o que pensas
eu só quero o teu cérebro na minha mão,
Estendo a mão porque na valsa sou vedeta
e tu danças comigo sem ser preciso ensaiar
E como é possível eu beber vodka preta
e ver tudo azul como se fosse um Avatar?
Deixa a minha mente Scorsese em dilema
porque não há trema que a aportuguese,
O meu satélite diz que temos um problema
e ele é bem pior do que no Apollo 13,
Eu não posso mesmo envolver-me contigo
no meu compromisso sou senhor dos anéis,
Eu não conseguia e agora menos consigo
fazer muito mais do que andar aos papéis,
Eu sou Luís de Camões mas com duas palas
porque quero um momento a dois como Twix,
Mesmo sabendo que devo evitar as tuas balas
como evitou o Neo no primeiro Matrix,
Tu metes o dedo indicador na minha boca
e sensualmente sentas-te em cima de mim,
Doidos por Mary mantens a cabeça louca
num Charlie Chaplin que me cala assim,
Num espanto rendido ao teu encanto
eu sonho ter-te sempre na minha vitrine,
E eu quero muito dizer amo-te tanto
sem ser um mutante como o Wolverine,
A mão na tua cintura e outra na tua cara
e cometo os pecados diante da lua cheia,
Porque quando queres e dizes 'pára'
só me fazes lembrar o 9 semanas e meia,
Se um dia a verdade se mete e nos submete
a estes ficheiros secretos, grita acidentes,
E antes que tudo o vento leve promete
que o beijo será o silêncio dos inocentes.