Tom da Harmonia
O Luar...
Ainda nem pendurava-se pelo céu,
Quando o verso desembarcou
Sobre aquele velho pedaço de papel
Até então sem vida, apenas uma folha
Sob a luz do crepúsculo, um tom à harmonia!
Como lampejo entre as cortinas
Sagrou-se a voz em belas e difíceis dissonâncias,
Despertadas de um peito velado em um xale
Organza alva, um apelo pelo silêncio
Naquele instante mensurando-se... Amor!
Em cada palavra do olhar
Um brilho, uma nova canção, um gesto
Na face embriagada pelo pranto
Chegando baixinho, incomum a qualquer
Avesso já escrito pelos papiros da pele!
Enquanto a lua empina-se pelo firmamento,
Os lábios encontram-se, mesclam-se na mesma
Clave dando ao âmago mais uma nota
A ser tocada pel’alma em êxtase, em cordas
Tilintando pelo coração junto ao seio,
Ao amar se dedilhando na suavidade da nudez!
14/12/2013
Porto Alegre - RS