Ao Doar da Canção
Um único e singelo pífaro
Dá o tom à tarde despedindo-se,
Em meio as cores e águas calmas,
Cristalinas como o olhar instigante,
Insinuante pelo marejar!
Há um perfume de flores silvestres
Pairando por uma brisa que sopra
Em cânticos platônicos, tônicos
D’um âmago renascendo para o amor
Em verbos incontidos, sublimes!
Enquanto o zepelim cruza os céus,
Um velho vinil dá inspiração à silhueta
Entre a penumbra e a nostalgia,
Da pele em camisola de revelar ao coração
A nobre arte de amar pela nudez
Das entrelinhas!
O tempo, o vento, o mar,
As ondas do amar!
O Abraço, o beijo, o mariolar
Pelo desnudar do corpo embriagado,
Em lamentos da centelha em chamas,
Do cálice em devaneios antológicos,
Do sentimento navegando ao doar da canção!
12/12/2013
Porto Alegre - RS