Estrelas no Deserto
Passos estranhos
Levam estrelas
A caminhar no deserto
Procurando Oásis.
Na noite escura
Em que areia brilha
Tocada e encantada
Pela Lua de Prata
Há uma busca sem fim...
Onde estão
Os paradisíacos
Locais de descanso?!...
Os espelhos d’agua
Que refletem o céu?...
Os poços perdidos
Que matam a sede
Da insaciável paixão?!...
Vê:
Do calor escaldante
Vem o frio que enregela
Na noite de prata...
- Onde está meu amante?!...
Onde?... Aquele,
Que sossega meus passos
Travestidos de estrelas
Sendo porto e repouso
E Oásis prá mim?!...
Tempestades de areia
Apagam pegadas
Que caminham comigo
Em busca do Tudo
Pois o Nada possuo...
E eu escrevo na areia,
Histórias de Amor...
Tempestade vem
E as apaga. Não voltam!
É o Simum?!... (Ou minha tristeza?!...)
Saudade. Como outros, de outros tantos!...
Saudade do que fui. Do que não fui.
Do que perdi enquanto perseguia pirilampos
Em campos distantes do Deserto, nas Florestas...
Mas aqui estou. Acorrentada pela Areia
Mutável e inconstante
Que desdenha do Amor
Fiel e constante.
Movediços Sonhos
Levam estrelas
A caminhar no deserto
Procurando Oásis...
Mas estes só vêm
Aos que cantam Duetos!
A Solista é fadada
A cantar só no deserto
E a procurar o caminho
Na Solidão que se faz.
E a música vai...
E se perde entre as dunas
De ouro formadas
Tingidas de prata
Por puro luar
Na Noite de Estrelas
Do Deserto dourado.
Os poços perdidos
Que matam a sede
Mais longe se irão...
...Sou as caravanas
Eternamente Nômades!
E não tenho tendas
Nem tampouco Camelos.
A Noite me engole
Sem que eu sorva um gole...
E a Areia recolhe
Um corpo que cai...