Versos Inundados de Vida

E raiou a noite enfeitada

Feito lua de enamorar, brindar uno ao silente

Ou ao som contido dos sinos do vento

Replicando pelo sentir de alma e âmago!

Na face o olhar e a alquimia

Das lágrimas criando quimeras, da poesia

Meras canções sem métrica ou rimas,

A rara expressão de escrever o que dói!

Não há pecado na pele de veludo

Desnuda, incomum aos olhos do peito,

Bebendo em versos carícias, mantras

D’um espaço e tempo impar, comunhão!

Ah, a nave ao cruzar o equador

Faz do pranto esplendor, madrigal,

Por todo o poema o sal da terra

Em broches e botões d’um só amor!

Gritos, sussurros, ecos,

Divagam pelo extremo do sentimento

Renascendo e revivendo a cada gole

Do elixir sobre os lábios rúbidos, úmidos,

Inundados de dor, de paixão, de vida!

11/12/2013

Porto Alegre - RS