Na porta do meu quarto

Nunca me trouxe o pôr-do-sol

num fim de tarde.

Ainda assim,

afagava a dor incrédula

da minha esperança.

Cá estou eu, pelada,

de alma cega e abstrata,

na porta do meu quarto

numa circunstância.

Cada vez que você parte daqui,

em discrepância,

eu enfeito o dilacerado da pele insana

com lembranças da sua vinda.

Não tem quem passe ileso

por uma avalanche,

tão quanto troque o semblante

em um instante.

A vida, ela não era uma aventura errante?

Eu estou um tanto descabida.

Será que devo manter-me sóbria?

Me diga em qual porta

você lançou a novidade.

Me conta em qual estrada

você reestruturou a sua vida.

Pois esse quarto me porta desconjunta

como sombra inimiga.

Lena Martins
Enviado por Lena Martins em 11/12/2013
Código do texto: T4607774
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