A morte do amor
Rangeu a porta, mas por descuido não voltou para trancar
Aquele intruso cuidou de fazer silêncio
Esperar para matar
Cadê a sensibilidade para te salvar?
A intuição deu folga para o anjo da guarda descansar!
Afinal de contas, cansa cuidar...
Se existe destino, o teu acabou de morrer
Antes fosse de susto, um mal súbito como desgostar...
Por mais que tal doença não tivesse cura
Sei que lutaria ao menos para tentar
Mas, a morte pode trair você
Muito antes de dizer que vai para sempre te calar
Ela vigia suas escolhas, se alimenta dos erros
Presume com exatidão o melhor desfecho
Então fatalmente se vinga
Olha na sua cara e rouba sua sina
Diz finalmente que você irá morrer porque pecou
Amou a mentira e traiu a confiança
E no ato amargurado da matança
Comete a justiça de por na mesma caixa violada
Seu coração sem vida com a sina roubada...
Você – meu Amor – já não sabe mais
Não foi o tiro da dúvida por alguma dívida
O verbo Amar se armou de Fúria e Ira
E com um corte profundo, dissecou sua vítima...
Amar só queria Amor
Agora você morreu e o quer realmente restou?
Pedaços de um sentimento, sem vida
Amar se tornou suicida.