FECUNDADA DE AMOR!

É de favela a hora!

De fome chora minha lágrima.

Que engasga na garganta...

Rasga a minha alma.

O sorriso maroto do garoto

O rizo largo da maltrapilha menina

É caricia que afaga e sacia minha fome.

Estou grávida! Fecundada de Amor!

Que penetra em minhas fendas

Encharcando todos os poros meus.

A inspiração em contrações...

Parindo letras que gemem

De dor... Amor e saudades.

Tu és o meu verão minha boa estação.

Eu sou andorinha!

Voando atravesso tuas matas

Embebedo-me do azul de teu céu ao léo

Escarafunchando os teus canteiros

Faço um escarcéu ciscando tuas sementes

Os dias passam em correria...

E as noites são longas e frias.

Vestindo saudade na tua ausência

O que importam as rugas, verrugas...

Olheiras para quem ama?

Estar vivo e com saúde é lucro!

Perdão Amor!

Não sou donzela ingênua e pura

Mas os desejos por ti ardem em fúria.