A mão e a luva
Essa vontade de abrir as asas em terra
Só para mostrar as melhores penas;
Sei lá, Freud explica, todo mundo saca,
O que sei é que tua presença não é fraca,
Ou, são mui poderosas minhas antenas...
O pano verde ondeando na janela dos olhos,
Qual vento será que assim o balança?
Sei lá o que me leva a escolher as palavras
Afinal, eu penso que esperança já estava,
Então por que corto umbigo dessa criança?
A dança do acasalamento passos ousados
E o melhor trinado em busca de teu ouvido;
Sei lá porque furtei teu cheiro gostoso,
Calma é bom, mas, gostei de ficar nervoso,
Nervos são aliados da boa e velha libido...
Quisera saber onde estavas esse tempo todo,
melhor, esquece, vale onde estarás doravante;
algo me diz que se acercam a mão e a luva,
todos meus anseios bailam a dança da chuva,
o céu há de responder a qualquer instante...