FUGAZ AUSÊNCIA
Aquecido pela serena noite
como se estivesse coberto por
uma manta de grossa lã, medito!
Entre muitos intentar, predomina
uma sensação de perda de identidade
como a indagar, quem sou eu?
Alguém amado, conhecido, discreto,
respeitador, longânime, de bem com a vida
e tendo o coração como residência de Deus?
Ou será que fui a outras épocas um
joão-ninguém, que não conservei as diretrizes
da vida, que nada via a não ser meu próprio bem?
Afinal quem sou eu? Alguém que construiu uma
visão sem se esquecer de que ela é algo abstrato e que
também será no futuro uma realidade de fato?
Procuro a verdade, pois não tenho a intenção
escamotear, fugir levando
debaixo dos braços a mentira de não construir!
Não sei não, mas estou propenso para acreditar
que a solidão a dois, me tirou o direito de amar
ante a noção de terror de uma fugaz ausência.