CONVIVER COM O NADA

Decididamente, agora sou um contumaz

frequentador dos restos das minhas noites,

aprendi a ficar de olhos fixados no teto,

além de dialogar longamente com ninguém...

O espelho de teto reflete para mim mesmo

um homem que convive com o nada, ou quase nada,

e tudo que encerra o momento ajuda a esperar um novo dia

e quando chega não traz nada de novo, nenhuma novidade...

Com minha imaginação já percorri centímetro por centímetro

a extensão do meu quarto, mas mesmo no escuro sei onde fica

a teia da aranha papo mosquito, uma vez ou outra tropeço com

o vazio que sorri da minha solidão...

Não me incomodo mais com o tique-taque

do relógio, que nessas ocasiões carregam uma

carruagem de lentidão, e com preguiça oferece

resistência para não sair desse ritmo.

Tudo agora se define como correto, não tenho

mais devaneio me foi tirado esse direito, pois nele ou

neles, nada dava certo.

Ah! esqueci-me de dizer que a saudade

continua a infligir maus-tratos à minha alma...

Wil
Enviado por Wil em 28/11/2013
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