ÚNICA RAZÃO
Tua simples presença, musa minha,
Por si só já toma, inteirinha,
Minh'alma...
Chegas com a suavidade da aurora
E, linda, num sorriso leva embora
A calma
Qu'inda há pouco peculiar me era
E, num instante, manter não mais pudera -
- Não... por mais que me esforçasse,
Jamais lograria eu explicar isso, que dá-se
Em mim...
Porque não há, no mundo, outra razão
Que me deixe esfacelado o coração
Assim...
Tu és a ardente chama que incendeia
Meu peito, qual foras da paixão a candeia,
A doce fonte de prazer que me transtorna,
Com essa pele lisa, encantadora, morna,
A despertar
Em meu ser esse amor sem fim que me arrebata
Qual fosse, de emoções, uma cascata
A derramar
Sobre este pobre amante uma torrente
Que hei de ter na memória eternamente,
Porquanto amar-te, ainda que uma vez,
É conhecer, enfim, a mor paixão que se desfez
Em luz,
Como a mostrar o caminho a ser seguido,
Neste mundo cruel, sem colorido,
Que aduz
Ainda, a tantos males, o desamor,
Ceifando vidas, da idade inda na flor;
Não fora, pois, amor, tua existência
E eu, por certo, não sofreria influência
Alguma
Dessa maravilhosa força da paixão
E nem haveria de sofrer meu coração
Nenhuma
Dor que decorresse da separação,
Porque, do amor, tu és a única razão.
Obrigado, Helena, pela honrosa companhia.
GRITO
Ah, teu amor me toma inteiro,
e me torna prisioneiro,
um ser inerte e cativo,
que só encontra motivo,
pra te amar com desespero.
É demais, é exagero,
eu bem sei, mas que fazer,
és razão da minha vida,
minha amada, a mais querida...
não consigo me conter.
Eu te amo e proclamo
este amor em altos brados,
subo em cima do telhado,
e solto alto meu grito,
grito de amor, infinito.
(HLuna)