De volta aos 12
O que eu tinha... o não garantido
um papel entre os dedos
e a chance
e o medo gritando...tinindo
Depositei
Lancei, fichas e dardos
as mãos tremulas
como quem carrega um fardo
o papel queimava minha mão
gelando assim meu coração
Perna e mente bamba
Teu sorriso
arrancou de mim o bendito papel
o céu e o chão se abriram no mesmo instante
E eu aqui andando em transe, algo que não sei explicar
A palavra alucinante ajudaria
O sentir, suas regras e eu quem diria
Voltei aos doze anos de idade
Boba, incoerente
Esperando uma ligação
olhando pro telefone como quem diz não
mas mantém a esperança
de o que desejo ainda virá
em forma de beijo
abraço e toda lambança
que essas coisas de sentimento permitem
O que sei é que ele me têm
agora em um papel
um pequeno
simples papel
cheio de gestos
e ansiedade
meu pequeno e único passaporte pra ligeira felicidade
esperando um carimbo teu...