Cheio Luar

Não há espaço para infortúnios

Sob aquela noite de lua cheia,

D’onde se ouve em alto e bom tom

O uivar dos lobos, o cantarolar das corujas,

A maestria do falcão em voo e canto solitude!

Naquela varanda,

Daquele chalé o vai e vem,

A cadeira de balanço em vime

Dando guarida a quem vê da centelha,

Mais que uma chama, vivencia-a!

Lábios vermelhos e orvalhados

Como as pétalas da rosa escarlate,

Deslizando da face até o encontro do peito

Quase desnudo, pois o mundo ali parou,

Desdobrou-se o beijo em sinfônicas!

Mi maior!

Ao corpo em devaneios lamentosos

De um instante sobre tudo único,

Ao incondicional olhar poético, quimérico,

Escrevendo-se pelo ventre, sobe o alpendre

Simples como o amor, singular como o sentir!

27/11/2013

Porto Alegre - RS