O NOSSO TEMPO
No rodopiar das horas encontro mil volúpias,
No firme gesto a elevar - me o ser,
Bendigo as noites "calientes" e bem vindas,
Onde nossos corpos fremiam de prazer.
Fonte suprema de imensa ansiedade,
Onde brilhamos sem ninguém saber,
Sobrepuse – mo – nos no palco da vaidade
Quando o encanto se fez aparecer.
E a sonata dos que são enamorados
Ovaciou a beleza de viver.
E novamente unidos nos saudamos
Um novo tempo que agora começou
No abraço forte a jungir todo o meu corpo
Na paz tranqüila, na beleza do querer.
No espaço novo e no esplendor da forma
Concretizamos nosso alvorecer,
Não na saudade, mas no contentamento
De ver nascer em plena luz nosso momento
Em reverência a fina flor do pensamento.
Na loucura do prazer de nosso tempo
Trazemos no olhar o mesmo sentimento
Com o qual fomos um só envolvimento.
A imensa paz após nos entregarmos
No afã gostoso que o êxtase contagia,
A explodir no corpo a beleza que reluz.
Não é saudade, mas congraçamento.
De ver fluir dentro de nós neste instante
A expressiva visão do firmamento.
E todo Cosmo contagia – se conosco
No frenesi da flor aberta a receber - te
No embalo doce retomamos os movimentos
Trazemos no olhar a fagulha que se acende
O recomeço que em toda cavalgada se estende.
Chama pujante que nos faz enlouquecer
Subjugados na fúria destes braços
Vontade infindável e estonteante de prazer.
CRS – 21.04.07