AGORA SÓ ME RESTA
Olhos ainda demonstrando estarem adormecidos,
face lastimosa de quem brigou a noite inteira
no rinque instalado em minha própria cama.
Pela disposição das peças que adornam o móvel
onde se dorme todas elas no chão atestam
que a contenda foi brutal.
Bem, lembro que não houve uma luta corporal,
foram os meus agitados sonhos quando empreendi
uma fuga para me ver livre e não ser esmagado pelo infausto.
Por diversas oportunidades fui aviltado,
todas elas com o tempo foram esquecidos
depois que foram depositadas em urnas lacradas.
Talvez na terra o meu fadário seja o eterno
acusado de coisas que nunca fiz, mesmo assim fixaram
deglutir os amargos fracassos como culpado.
Nunca recuei nas dificuldades apresentadas,
nunca desisti frente a enormes batalhas,
mas agora, depois que a experiência passou a
ser minha companheira chegou a hora de ir embora...
Prostração este é o meu estado real,
envergonhado na minha forma de ser, agora
só me resta ver as gaivotas fazerem giros pelo ar...