AGORA SÓ ME RESTA

Olhos ainda demonstrando estarem adormecidos,

face lastimosa de quem brigou a noite inteira

no rinque instalado em minha própria cama.

Pela disposição das peças que adornam o móvel

onde se dorme todas elas no chão atestam

que a contenda foi brutal.

Bem, lembro que não houve uma luta corporal,

foram os meus agitados sonhos quando empreendi

uma fuga para me ver livre e não ser esmagado pelo infausto.

Por diversas oportunidades fui aviltado,

todas elas com o tempo foram esquecidos

depois que foram depositadas em urnas lacradas.

Talvez na terra o meu fadário seja o eterno

acusado de coisas que nunca fiz, mesmo assim fixaram

deglutir os amargos fracassos como culpado.

Nunca recuei nas dificuldades apresentadas,

nunca desisti frente a enormes batalhas,

mas agora, depois que a experiência passou a

ser minha companheira chegou a hora de ir embora...

Prostração este é o meu estado real,

envergonhado na minha forma de ser, agora

só me resta ver as gaivotas fazerem giros pelo ar...

Wil
Enviado por Wil em 27/11/2013
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