O delicado.
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O corpo me indica um sol
e se o tempo é de norte, então seja.
Meu corpo pra lá me leva
e a água nos lava a roupa
que os corpos vestem.
Eu não nasci ontem, homem.
Eu tenho essa velha que eu carrego
debruçada em meu corpo.
Ela me faz essa prece.
Ela me faz essa dança de corda.
E vou por onde pauso esse corpo de silêncios
de linhagens tantas...
Que seja em tua cama, que seja doce o teu eixo.
Minha alma, a lavadeira
que se beira nesse Rio ela se banha,
se espanta, canta e quer se deitar.
Então se é para deixar que corra,
que seja em tua cama, homem.
Pra eu te ouvir esse velho, o tempo,
pra que esse corpo de almas velhas minhas
te seja a casa, a terra e finda.
Patrícia Porto