O delicado.

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O corpo me indica um sol

e se o tempo é de norte, então seja.

Meu corpo pra lá me leva

e a água nos lava a roupa

que os corpos vestem.

Eu não nasci ontem, homem.

Eu tenho essa velha que eu carrego

debruçada em meu corpo.

Ela me faz essa prece.

Ela me faz essa dança de corda.

E vou por onde pauso esse corpo de silêncios

de linhagens tantas...

Que seja em tua cama, que seja doce o teu eixo.

Minha alma, a lavadeira

que se beira nesse Rio ela se banha,

se espanta, canta e quer se deitar.

Então se é para deixar que corra,

que seja em tua cama, homem.

Pra eu te ouvir esse velho, o tempo,

pra que esse corpo de almas velhas minhas

te seja a casa, a terra e finda.

Patrícia Porto

Patricia_Porto
Enviado por Patricia_Porto em 25/11/2013
Código do texto: T4585925
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