"Schneemann"
"...Mesmo no gelo o zelo pela palavra me revela.
Uma aquarela de sonhos e desejos, na espera da Quimera que surge.
Ante a primavera distante.
Mais se por um instante se revela a bela primavera Mulher, mais aumenta o zelo, derrete-se o gelo.
Um fio condutor, um novelo de lã onde juntos teceremos a manta que nos aquecerá.
Onde pela manhã no primeiro raiar do sol, meu olhar a velar seu corpo nu.
Desnuda poesia de um Deus a preencher os nossos e meus quereres, poderes que só a você é dado.
E meu eu iluminado por você chora na aurora que ilumina a partida, voltando eu a ser boneco de gelo.
Sem zelo, eira ou beira, uma escultura brincadeira esquecida em algum jardim..."
("Schneemann", by Carlos Ventura)