Amanhecer em Bruges
O sol ainda não raiou, e eu aqui,
Perdida em pensamentos que falam de ti.
Numa cidade de castelos e de reis,
Sorrio ao recordar sua altivez!
Devia estar dormindo, é quase dia.
Quisera eu controlar a euforia
Que por tantas horas me deixa acordada.
Impossível resistir, eu reconheço,
É incurável o mal do qual padeço,
Contra esse mal, eu não fui vacinada!
Hoje carrego na alma tatuada
A marca indelével desse sentimento,
E uma estranha sensação experimento.
Um príncipe sem coroa e sem trono,
Tem o poder de me roubar o sono!
Fito o céu noturno pela última vez;
O mesmo céu, as mesmas estrelas, talvez.
O sol começa a surgir no firmamento...
Emocionada, elevo a Deus uma prece.
A lua, trêmula, se esvai... amanhece!