Escala de Richter

Noites em que não dormi, insónias,

Batalhas que eu perdi, inglórias,

Notórias, as lembranças que guardei,

Desequilibradas nas balanças em que pesei,

Mas foi só aí que eu reparei,

Que os nossos mundos eram distantes,

Eu em poços fundos, tu entre estrelas brilhantes,

Eu sem adereços, tu cheia de diamantes,

Por instantes eu deixei o realismo,

Persistência? Vou levá-la a que desista,

Se tu eras um sismo,

Eu era a Escala de Richter,

Calculo-te a amplitude, eu assim o pensava,

Nascia atitude cada vez que ela passava,

Nunca te vi a olhar, nunca te vi desejosa,

Se eu fosse um dia o teu olhar? Pedro Abrunhosa,

Isto não é prosa, isso é medonho,

Cor-de rosa? Acorda desse sonho,

Mas eu tinha tudo pensado,

Pedia-te em casamento, anel de noivado,

Para tu te convenceres,

Mostrava-te as cores e o seu sinónimo,

Para tu não saberes,

Mandava-te flores em anónimo,

Eu não tenho nenhum heterónimo,

Eu não sou o Pessoa,

Sei que o que sinto não é homónimo,

Mas o que sinto já não magoa,

Bate a saudade mas passa tudo ao lado,

Numa velocidade devassa de um Murcielago,

Visto, depois dispo,

Foi o que eu já disse há um bocado,

Depois disto,

Acreditavas em mim se dissesse que estou apaixonado?

Luís Diogo
Enviado por Luís Diogo em 21/11/2013
Código do texto: T4581100
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