Amar Entontece

Por vezes entre os passos da trilha

O olhar vislumbra, o coração sente

E a alma em latência veste-se em poesia!

Pelo final de tarde,

Não há poente, crepúsculo,

E nem o luar se imprimirá

Aos céus sem lantejoulas,

Mas o sentir pinta o cálice de aquarela!

Como um véu na janela

As cortinas inventam seu balé,

Velando em introspecção

O corpo vestido de amor, de paixão,

Pois a noite é de breu, um detalhe!

Dentre o caminho dos beijos

Forma-se uma flora de entalhes,

Milagres perfumados, alimentados

Ao recitar da centelha acesa de olhares

Mesclando lugares, sonhando o sonhar!

Vem das velas em chamas

O brilho nostálgico do verso

Que se esculpe em dizeres silenciosos,

Sejam eles de rosas ou de papoulas,

Basta vir do imo, d’onde a verve entontece!

21/11/2013

Porto Alegre - RS