SOB A MONTANHA

Sob a montanha de pedra havia um Rei, sob o Rei

se fez surgir na retina de seus olhos, uma rainha,

uma princesa divina, imortal pelo amor dos versos,

mas, mortal pelo inverso daquilo que não lhe permitia

amar.

Sob a montanha o encontro, o olhar; sob a montanha

o que os olhos não podiam enxergar, nem o espírito

falar; sob a montanha e coberto por entre as nuvens

lágrimas se vertiam ao chão ao olhar o clarão dos

olhos teus resplandecer sob a montanha...

Agora, vertidos e atados, alados seres, somos embalados

pelo arrepio quente, ascendente sob a pelo e o cheiro

do mato verde que desce da montanha nos tornando um.

Durma sob meu peito descanse e cante a nossa canção.

A sinfonia autoral dos acordes de meu coração entrelaçado

se faz agora ritmada pela singeleza do arco e do violino, da

arpa e do violão que nos ata a uma sintonia que nos embala

sob os campos e as longas estações.

Abraça-me, abraça-nos em berço esplendido de amor

para que esse sentimento se eternize nas últimas melodias

que ouço sob a montanha.

Arthur Luz
Enviado por Arthur Luz em 20/11/2013
Reeditado em 20/11/2013
Código do texto: T4578389
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