Reflexões.
A cultura contemporânea é mais imediatista,
não desvia do foco a vista,
O seu MOLOCH é o dinheiro,
o lucro é o seu mais desejado fruto,
Personagem principal em qualquer roteiro.
Nós românticos,
Com nossos barquinhos de papel atravessando atlânticos.
Seguimos lépidos sem timoneiro.
E flores e bombons,
Beijos na temperatura certa e afinados no tom,
Luzes vivazes,esbanjando o riso mesmo nos detalhes.
Pratos preferidos,olhares intensos,desejos incontidos.
Toques que defloram o arrepio,
Sussurros rompendo a aurora dos desvarios,
Pupilas acesas por encontros vadios.
O cappuccino na cama,
É evaporado tamanha a intensidade da chama.
Tocam o sax de blues nos becos chuvosos sem saída,
Depois de uma semana em um hotel de quinta,com as suas mordidas.
Abandono a delicadeza de seus pés para enfrentar a azáfama cotidiana.
Me aconselha a luz da noite sobre a grana para a feira da semana.
O personagem principal em qualquer roteiro,
Julga me escravizar por inteiro.
Escravo das minhas paixões,
Não tenho dinheiro,
Celebro-as em versos,
E não tenho ilusões,mas...
Sei-me vasto feito o universo.