CONTENDAS
Amei demais e no embalo do afeto que
sentia sofri demais ao invés de ser feliz
como sempre almejei. Por isso resta-me
permanecer ao sabor das lembranças
que sempre detestei.
Elas, só sabem fragmentar as pessoas feridas
ainda mais quando as úlceras oferecem resistências
para não cicatrizarem, além do que maldosamente
fazem com que os fatos desfilem no teto do meu quarto.
A projeção da película é de uma forma tão
obstinada que sempre tem início quando
estou de bruços em minha cama, sobrevoando
com meus pensamentos pelo universo.
Tento por todos os meios fazer as pazes
como o passado, para ver se consigo viver no
presente e construir o que ainda falta em minha
vida, mas de pronto surgem os impedimentos das contendas.
Fastío talvez seja a palavra mais
correta pra delimitar o meu estado,
que tenta por todos os meios demolir
os recursos para endireitar que se
encontra recurvado.