O vento leva tudo com força extravagante
São coisas que o vento não recupera
Leva sem deixar rastros... Vestígios à vista...
Foram-se, para nunca mais voltar.
Confundem a vida, misturam os pensamentos
Invadem a turva intimidade fragilizada
Agridem a sensibilidade carente à flor da pele...
O vento leva tudo com força extravagante
Não consegue, arrastar, o que se guarda num coração
E a sua firme presença, endurece as mágoas
E aproxima cada passo perdido na história.
Deixadas marcas, na fronte, no olhar perdido...
Pintas embranquecidas alimentam esse chocar.
Quantas vezes neguei carinho
E em outras implorei amar.
É fato consumado: os olhos ativos...
Sonharem... pararem no teu olhar.
O vento leva tudo com força extravagante
Não consegue arrastar o que se guarda num coração.
A presença viva será sempre a mesma companheira
Do passado lembrado, do presente vivendo... do futuro a ser vivido.