FRAÇÃO DO TEMPO
Se a vida é a penas a fração de um tempo
Então o que seria o amor, senão a fração de um momento?
Sorrisos surgem e morrem como folhas nas estações
O medo do esquecimento nos fazem criar deuses
Deuses que fingem-nos sermos eternos
Mas que tolos somos que não percebemos
Que neste momento, nada temos de eterno
São apenas fragmentos de uma memória
Que no fim, nunca tivemos.
O equilíbrio do destino faz o bem se tornar o mal
E a flecha do tempo garante que o passado nunca mais volte
Seguindo sempre em frente, sem olhar para trás
Navegam os lembrados, cujo os nomes cravam-se em pedras
Se o meu alguma vez será, impossível responder
A fração da vida proíbe-se de viver o momento
E preso em amarga melancolia também proíbe o ser
Onde o fim glorioso e desejado torna-se impossível de obter.
Assim diziam meus antepassados:
O futuro de um homem é realizado em atos
Mas poderia eu dizer o mesmo de seu coração?
Escolhas caem do céu como flechas em batalhas
E então nos perguntamos:
Será que escolhi corretamente?, Será que um dia,
quando meus olhos se tornarem pesados,
eu me arrependerei?
Pois se arrepender-me, arrepender-me-ei em alegria.
A jornada sentimental existe, mas só navega-se uma vez
E mesmo se tiver que cruzar grandes ondas,
ou suavizar em calmos rios, um dia, no horizonte
O glorioso fim estará de braços abertos a espera.
E a fração de uma vida se espelhará nos fragmentos
de uma memória em decadência.