Sonho – “Senhor” dono de um corpo sem domínio
Faz tempo, pouco tempo
Que o sonho me encontrou
Desprotegido, instável, carente, melancólico...
Enganando a intimidade alheia
Mostra contos, invade a alma
Que insiste em não resistir...
Delírios cobrem cada jornada
Que cede à febre instalada na mente
Cobre o corpo de fatos sem retorno
Não assiste ao presente animado
Não cobra ausência, não tabula volta.
Amnésico, insatisfeito, inconformado, incrédulo,
Rasteando a insatisfação seguida de fossa
Surge a incerteza própria das tentações
Que cercam o sono inconseqüente
Alimentando fantasias inesperadas.
“Senhor” dono de um corpo sem domínio.
Nada escapa dos devaneios
Vividos nas noites de claras evidências
Nem mesmo o cruel
Interior anestesiado se salva...
Contaminado, procede virtualmente
Como se fosse bicho enjaulado
No seu barco, não cabe pensamentos adormecidos.
Insensibilizados pelo poder mostrado ao léu
Invoca esperança sem amparo legal
Distorce a necessidade do encontro à vida
Atropela o inconsciente na ânsia de se mostrar
Manifesta entusiasmo nobre
Sobre o intelecto e os sentimentos.
Relaxa os pacatos pensamentos
Motivado a atingir, em estilo
Nível elevado, sublime, encantador...
Presente de quem recebe luz própria
Exibe modernos caminhos
Vestígios para nova vida.