Canto Divino
A sombra da aroeira eu desejei
Ao sol de quarenta e tantos graus.
Lembrei-me da fonte de água limpa
Onde idolatrei um ancestral
Canto de Deus, cisnes da paz, amor e esperanças mil.
A incerteza do amanhã acudiu meu grito
Como quem ampara uma criança indefesa
Lado sul, lado norte estrelas eram paixões
Que nos meus olhos brilhavam.
E o sol escaldadente meu corpo castigava.
A aroeira não mais existia
A velocidade das águas não mais jazia
No patamar que o sonho desejava.
A primavera se foi...
O verão ninguém sabe se vai ou se vem
O Canto de Deus nos ares ecoava
Aonde de fé a vida se fazia tão bem.