Trago-me.
 
De tudo, ao teu sabor embriago-me.
Não lhe sorvo a beleza, sequer sabedoria ou experiências , não as tem.
Idealizo-te como criança, menina dos olhos meus, teus olhos a guiar-me em escuras noites.
Dimensiono-me à você como a um marco, imperfeita e linda , anjo claro em evolução emergente.
Converto-me á você feito um rio, caudaloso e manso e a teus caprichos rendo-me : es soberana em tua insensatez , absoluta em teu encanto.
Lentamente , curo-me de você e de tua presença nociva e má , câncer a ser extirpado para que minha alma sobreviva.
E tua voz vocifera infâmias em noites silenciosas e vazias , violas o meu sagrado silêncio , profanas meu templo interior.
Em goles sórdidos de vinhos baratos tragados em noites vazias , embriago-me de você e, na solidão de companhia escusa (que é meu próprio silencio ) , absorvo-me inteiro , trago-me em sórdido vazio.
JAlmeida
Enviado por JAlmeida em 12/11/2013
Reeditado em 09/01/2014
Código do texto: T4567287
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