Lábios que Beijei...

Numa noite de ventos leves

Sua falta, bem alta, bramia.

E o vento, a soluçar, pedia

Que algo acontecesse, em fim...

Mas tu, que logo partistes

Sem ver que em mim jazia

Saudade insana, tremenda arrelia

Nada pôde fazer por mim...

Senti-me a dona perenal da dor

Carpirei minhas dores reais

Mas Deus deu lenitivo à minha dor

Compadeceu-se dos meus altos ais...

Então na mesma noite ao vento fui

Encontrar-te com minha sede e meu anelo.

Tuas mãos eu afaguei, qual fantasia

Lábios teus, os quais beijei, ouro valia...

O amor que trago comigo é obra-prima

Onde tuas mãos esculpem todo dia

A arte de amar e amar, e no mais fundo abrigar

A minha mera poesia...