O ROLAR DAS PEDRAS
No leito do grande rio
Na água na areia, no frio
As pedras rolam a esmo,
Rolam no tranquilo remanso
De frente para o avanço
Rolam em torno de si mesmo.
O destino me mostrou
Uma pedra que rolou
Para de frente me olhar,
No curso do meu destino
N’um ato matreiro e felino
Fez meu coração palpitar.
Duas pedras de botão em flor
Rolando abrolhando amor
Nesta pedreira encantada,
Rolando de norte a sul
Pelo imenso céu azul
Na pedreira de sua estrada.
Tropeçando nos empecilhos
Seguem pelos mesmos trilhos
Sempre na mesma direção,
E o magnetismo puxando
Se encontrando se amando
Vivendo a mesma paixão.
Como duas pedras que rolam
Duas almas aqui se embolam
Numa ilusão com esplendor,
Se olharam, se gostaram,
Se tocaram, se apaixonaram,
E se uniram no véu do grande amor.
José Coelho