Aquarela
Meu medo de ser explícito,
Implica ser comedido;
Comento só o dito lícito,
Fora-da-lei é bandido...
E a lei do bom senso agrega
Dispersos aprêços em celas;
A palavra solta nos pega,
Portanto eu retenho elas...
Codifico meus sentires todos,
Uns bem mais, eu até diria;
Quais anzóis sob os engodos,
Vai que o Tio Sam me espia...
As leis podem ser cambiadas,
Mantendo a ordem social;
Se aberta a porta ora fechada,
Meu amor, enfim, será legal...
Aí perde sentido cerrar o cenho
Encenaremos mesma aquarela;
palavras doces que ora retenho,
irei sussurrar no ouvido dela...