Sincronia do amor
Teus dedos harpejavam no corpo
Ativando meus sentidos
Silente música escutei, mas não ouvi.
Tuas cálidas mãos, abertas sobre o piano
Transportava poesia à mágica emoção.
E o tempo vibrava ao lúdico pensamento.
Cheio de inquietação.
Teus frementes gestos evocavam-me
E à felicidade arrancava a angústia
Incrustada e sonorizada em minha alma.
Tua áspera verdade zunia aos meus ouvidos
Revelando a suavidade futura.
E o canto de alegria a volúpia agitava
Recitando poesia a serena manhã que jaz.
Sobre o teclado branco de meu corpo
Corriam leves tuas mãos. Invisivelmente amantes
E aceitavam a analogia da graça a bailar no espaço.