RAZANTE
Em busca da luz perfeita,
na noite dura e estreita,
Vi um quadro raro,
um sorriso tão claro,
Invadi o quarto.
Um amor que em pintura,
Se transforma em escultura,
E pousei minha loucura,
No encanto de um retrato,
Te vi.
O amor voou clemente,
Me entreguei tão inocente,
Mariposa sem partida,
Parei as asas na vida,
Sorri.
Mas não era sua pele,
Era tela que repele,
As minhas asas laranjas,
Era tecnologia,
Computador, nostalgia,
Sofri.
Meu coração partiu rumo,
Te achar é o meu sumo,
Prazer de buscar a luz,
Que de tão rara seduz,
Segui.
De tela em tela pousada,
Eu, mariposa apaixonada,
Descobri o amor atômico,
Que em nada é platônico,
Em ti.