Eu mesmo, outra vez

Colhi as lagrimas debulhadas

Joguei tudo pra dentro do coração

Arei a terra fofa molhada

Pisei e pisei

Até o pó virar campina

Das sementes loucas nasceram

Olivais e vinhedos

Cobri minha alma de branco e medo

Meditei e meditei

Até meu jardim virar floresta

Das vinhas que frutificaram

Vieram doces uvas maduras

Lavei as minhas flores em aguas e leveduras

Senti o capim cana, molhadas pelos regaços

Bebi e bebi

Até que os portais dos sonhos se abriram

De tudo o que restou da tempestade

Nada dos olivais sobrou

Mas o azeite doce me amoleceu

O coração retorcido se condoeu

Então chorei e chorei

Depois de passar o vento em forma de desespero

Voltei a ser eu mesmo

Outra vez...

Pastor CJJacinto
Enviado por Pastor CJJacinto em 06/11/2013
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