(A um alguém perdido no tempo e espaço)
Pressinto, deliciada, o teu chegar
como o mundo antecipa a aurora
que marcará um novíssimo dia.
No encostar casual do teu corpo,
o meu perde o prumo; é a hora
que se manifesta a minha agonia.
Agonia essa de te ter e subjugar.
Em meus braços, cadear a prisão
que escravizará como meu teu ser;
em meu corpo, ser todo (e torto)
para teu ímpeto, para a satisfação,
para o nosso completo prazer...
Porque não és homem para mim:
és uma força da natureza,
que me torna um instintivo animal
diante dessa tua grandeza.