COM QUE TRAJE, EU VOU?
A semana inteira,
eu penso de que maneira
e qual invólucro me trajo
para ir te ver! Qual traje?
Vou de quimono? Abono!
Vou de dishdasha? Acha!?
Vou de terno? Sempiterno!
Vou de tanga? Sem canga!
Vou de cafajeste? Inconteste!
Sou poeta, sou doido, sou peste,
sou do agreste, do centro-oeste,
sou moleque, boy e criança!
Você é a esperança! Se lança!
Seu olhar é o entardecer!
Seu sorriso é a poesia,
que eu preciso para viver!
O passado quero esquecer!
O futuro imediato quero ver
e me envolver para não morrer!
Agora estamos, nesse momento,
despojados, desnudados no calor
da troca de frutos do nosso amor!
No momento não importa que traje!
O que importa é o amor sem ultraje!
Botucatu, 30/10/2002