canções entre prédios e águas


As gotas nos rostos
são os desejos do amor
nos ouvidos doces canções
o sol cai lentamente
do calor para brisa
a lua vem olhar
tem chapéus que só existe lá
tem sempre a primeira estrela
tem sempre aquela canção
tem mãos que temem estar só
tem abraços que puxa para beijos
canções entre prédios e águas
a noite a dentro
as estrelas
e um amor
a rua a dentro
entre água e uma canção
uma janela vem
uma janela vai 
e  outras a olhar
sobre águas
sob estrelas
beijos entre vinho
sonhar com Veneza
é amar no mar
é viver para sempre
é um sono que vem
após um deitar no colo
não é um ninar do balanço
é um amor a saborear
um lugar limpo 
dos corações apaixonados

quantos beijos 
já foram dados
lá 
o som das canções
batem nos prédios
voltam
cai nas águas
molham rostos
escorre ao corpo
penetra no ouvido
se faz dançar
esse
é o lugar das águas
onde se vai para amar
tão distante para ir
tão perto para sonhar.