Até o ocaso do Luar
Aos poucos, a face se orvalha,
Multiplica-se em letras e palavras
Sobre o rosto da folha sem pautas
Como uma echarpe de seda
Envolvendo a pureza do seio amor!
De dores e fragmentos vive-se o sentir,
O sentimento tatuando-se ao longo
Dos rabiscos, por vezes, tortos, mas intensos
Aos movimentos da centelha, chama
Dançante, amante pelos logos da aura!
No porto a criatura, o mar e o crepúsculo,
Em todos os versos é à noite caindo
Chamando ao amar de corpo desnudo
Em devaneios de avessos amiúdes,
Tudo da nudez será de embriagar!
O bem querer vem das entrelinhas
Matizadas, lamentando-se em fulgures
Somente entendidos pel’alma deleitada
Ao som das liras vibrando em lá maior,
Quem sabe até ocaso do luar...
Ah, no cálice um gole de vinho!
25/10/2013
Porto Alegre - RS